terça-feira, 11 de novembro de 2008

Autor da Semana: Almada Negreiros

Esta semana elegemos como melhor autor Almada Negreiros.

José Sobral de Almada Negreiros nasceu em Trindade, S. Tomé, a 7 de Abril de 1893, e faleceu em Lisboa, a 15 de Junho de 1970, no mesmo local que Fernando Pessoa. Uma parte da sua infância foi passada em São Tomé e Príncipe, terra natal da sua mãe, Elvira Freire Sobral. Depois da morte da sua mãe, em 1896, veio viver para Portugal; nesta altura, em 1900, o seu pai é nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António, ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide.

Em 1911, após a extinção do Colégio de Campolide dos Jesuítas, José entra para a Escola Internacional de Lisboa, após uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra. Nesta escola, consegue um espaço, onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista “A Sátira” e publica o jornal manuscrito”A Paródia”, onde é o único redactor e ilustrador.

Em 1913 apresenta na Escola Internacional de Lisboa, a sua primeira exposição individual composta de 90 desenhos; aqui trava conhecimento com Fernando Pessoa, com quem edita a Revista Orpheu juntamente com Mário de Sá Carneiro.

Júlio Dantas, médico, poeta, jornalista e dramaturgo, é a maior figura da intelectualidade da época e afirma que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o “Manifesto Anti-Dantas”, onde escreve: “…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!”

Almada dedica-se também ao desenho e à pintura: pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, o conhecido retrato de Fernando Pessoa, os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres, as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros.

Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel “Começar” na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.





“As construções do Estado multiplicam-se, porém, as paredes estão nuas como os seus muros, como um livro aberto sem nenhuma história para o povo ver e fixar”.




Fonte: Wikipédia

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