
Os narradores – pai e filho –, em tempos diferentes, que se sobrepõem por vezes, desvendam a história da família, numa linguagem intercalada de sombras e luz, de silêncio e riso, de medo e esperança, de culpa e perdão. Contam-nos histórias de amor, urgentes e inevitáveis, pungentes, nas quais se lê abandono, violência doméstica e faltas nem sempre redimidas que, no entanto, acabam por ser resgatadas pelo poder esmagador da ternura e dos afectos. Falam-nos de morte, não para indicar o fim, mas a renovação, o elo entre as gerações e a continuação: o pai – relação entre dois Franciscos, iguais no nome e no destino, por um gerado, do outro genitor – nasce no dia da morte desse primeiro Lázaro; o filho, neto do seu homónimo, morre no dia em que a sua mulher dá à luz.
José Luís Peixoto oferece-nos um texto mágico, no qual se cruzam, numa interacção fluida, diálogos cúmplices com a grande tradição da literatura portuguesa e universal.
1 comentário:
José Luís Peixoto é, sem dúvida, um dos melhores autores portugueses. Oferece-nos uma escrita rica, fluente e original. Invariavelmente literária, quase poética. Ler os seus livros é sempre um prazer. Este "Cemitério de Pianos" consta na esfera dos livros que mais me marcaram.
A propósito do livro:
http://biblioteca_vania.blogs.sapo.pt/10010.html
Continuação de boas leituras.
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